Eu sou o Chico Canella e estamos aqui em mais Um bom dia para uma boa semana.
Não admire o céu do fundo do poço, dizia a frase do biscoito da sorte. De lá nossa visão fica limitada, enquanto o céu por mais que seja limitado é bem ilimitado frente a nós. Mas talvez também seja não dê valor a partes. Queira as coisas todas. Não todas as coisas, mas as coisas todas. Eu sei que o todo são várias partes. Porém muitas vezes estamos em posições tão sacaneadas que vemos todo em parte. É impressionante como temos uma tendência a viver algo que costumava chamar de auto-sabotagem. Depois de muitas conversas - acredito que já tenha colocado isso aqui, mas nunca é demais - consegui entender a impossibilidade da existência de um mecanismo interno visando a destruição do todo. Entendo hoje como as construções sociais ajudaram e ajudam a produzir subjetividades subjugadas, faltantes, insuficientes em si, presas no passado ou no futuro, etc.
Não admire o céu do fundo do poço, pode parecer um pouco cruel. Pois todos merecemos um pouco de céu que seja. Mas não podemos nos enganar e achar que esse é todo o céu que existe. Um recorte de uma situação não pode, nem é a situação toda. Toda história tem dois lados. Lembro de um tweet que dizia:
Isso é um recorte de situação. As percepções que temos dos outros são recortes de situações. E sendo assim, não dá para acreditar que uma história só tem um lado. A vida é complexa demais para levarmos isso em consideração.
Não admire o céu do fundo do poço, também é um convite a sair de certas posições para poder admirar e perceber as situações sobre outras percepções. Costumo falar pros meus pacientes que as vezes estamos tão afundados na lama, que não sabemos distinguir nada. E quando conseguimos tirar a cabeça de lá, por mais que falte o resto do corpo todo para sair, temos outras perspectivas. Normalmente quando estamos sem saída (aqui me refiro a questões subjetivas e não práticas da vida) temos tantas saídas que ou não conseguimos escolher e isso produz uma sensação de impossibilidade ou não entendemos que para alguns problemas qualquer ação é uma saída. Nem sempre a nossa preferida, no entanto uma saída.
Uma das nossas maiores falhas é associar talento a vencer. Isso faz com que admiremos muito pouco o processo. Muitas vezes pulamos etapas, pegamos atalhos para chegar a lugares, como se na vida a melhor coisa que pudéssemos fazer fosse chegar. Chegar mais que um fim é uma finalidade. Um propósito, um alvo, uma determinação, intuito, meta, todas essas palavras falam de diferentes prismas. Porém diversos caminhos que chegam ao mesmo fim tem a mesma finalidade? Não ia falar de corrida hoje, mas usando-a como exemplo: Para um atleta amador corredor de maratona (42km) será que todo ciclo tem a mesma finalidade? Porque tem o mesmo fim. A pessoa corre uma maratona. Mas será que é a mesma finalidade que a motiva? O ciclo do início ao fim tem nuances próprias, motivações próprias, movimentos próprios. A rotina nos faz achar que é tudo igual.
Precisamos nos reconectar com o presente. Como nos ensinou mestre Oogway: “O passado é história, o futuro é mistério, o agora é uma dádiva, por isso se chama presente”.
Caso vocês gostem das discussões aqui levantadas e tenham vontade de responder, realmente estou aqui para trocar essa ideia. Além disso, se gostarem do conteúdo, indiquem para amigos que vocês acreditam que se beneficiarão desse papo.