Fala pessoal, tudo bem? Estamos aqui em mais Um bom dia para uma boa semana.
Nossa última news gerou papos muito bacanas e desdobraram várias outras camadas. Um vídeo do Christian Dunker sobre Burnout. Aproveito para compartilhar também a news das meninas do Curso das emoções abordando a Ignorância emocional nas empresas, para enriquecer nossos papos.
Nessa semana gostaria de compartilhar com vocês em “primeira” mão, o primeiro trabalho fotográfico assinado como Chico Canella. Fiquei muito feliz com a parceria com a revista O’Cyano e o pessoal da Cerveja Praya (não é publi). As fotos partem de um incomodo de termos tantas reproduções nas quais jovens negros são vistos em posição de vulnerabilidade, sejam nas ruas, no tráfico ou mortos. A partir do conceito de cartografia, propus a criação de algumas imagens junto a um grupo de homens negros. A ideia é criar pontos de encontro com imagens que gostaríamos de ver. Afeto entre homens negros, uma troca através da afetividade. Marcação de linhas possíveis num mapa no qual é tão presente a violência contra esses corpos. Compartilho aqui na integra também o texto escrito para acompanhar as fotos:
Cartografias afetivas.
Quando pensamos em homem toda uma cartografia liga pontos em nossas cabeças. Uma cartografia que une no final das contas poder e violência. A imagem do homem branco, hétero, europeu é muito sufocante. A centralização de tudo abominado. O machismo é estruturado como uma linguagem. Uma linguagem específica, intrínseca e eficaz. Um emaranhado de fios sem ponta aparente para desmanchar.
A masculinidade preta aponta para um lugar dúbio. Ao mesmo tempo que é marcada por uma suposta segurança enorme e uma presença de virilidade exacerbada, revela-se de uma fragilidade e de uma falta de proteção. Seja tanto por estar exposto a violências sejam externas ou internas, quanto por não encontrar em si uma potência transformadora possível. Como construir um campo imagético que mostre a força e a segurança não de forma física explícita marcada por “armas”, “corpos musculosos”, “pau grande”, “intimidação”, nem de uma forma imaginária que valoriza e reforça lugares comuns?
A cartografia é uma resposta para isso. Traçar essas linhas, construir esses mapas e buscar esses espaços é construir um caminho possível para um futuro mais acolhedor para os homens negros. Criar esses espaços de afetividade para criar pontos de encontro. Pontos imagéticos onde encontramos as imagens necessárias para a construção de outros futuros.
Mapas afetivos e pontos de encontro. Mudanças necessárias para novas perspectivas.
Curtinhas:
Toda a negociação e compra do Twitter pelo Elon Musk me fez assistir Cidadão Kane. Caso vocês não tenham assistido vale muito a pena. Tem essa abordagem da qual Succession bebe bastante, das vicissitudes da mídia e gente com muito dinheiro. Se a rede social do Trump é um problema, acho que uma rede relevante como o Twitter ser de um bilionário também é problemático.
Uma matéria do New York Times (em inglês, infelizmente) sobre depressão na adolescência. Tem um vídeo muito bom nela. E a matéria traz informações adicionais dos relatos dos jovens participantes. Achei um papo necessário.
Caso vocês gostem das discussões aqui levantadas e tenham vontade de responder, realmente estou aqui para trocar essas ideias. Além disso, se gostarem do conteúdo, indiquem para amigos que vocês acreditam que se beneficiarão desses papos. Um bom dia para uma boa semana é quinzenal, mas tem o intuito de ser semanal um dia.