Eu sou o Chico Canella e estamos aqui em mais Um bom dia para uma boa semana.
Daniel na Cova dos Leões já foi minha música favorita da Legião Urbana (na maior parte do tempo é Vento no Litoral, mas não vem ao caso) e principalmente por esse verso do título do texto. E segue: "Não faz da minha força confusão.” Muitas vezes o medo alheio faz da nossa força outra coisa que não força. E o medo do outro muitas vezes vira fantasma em nossas vidas. Mas como não fazer da nossa força confusão?
Desde que me entendo por gente, minha força é tirada de mim. Seja por padrões vigentes, ou por pessoas que admirei e até por mim mesmo. Numa roleta russa de emoções não imaginava o que poderia sair dali. E por muitas vezes escolhi o silêncio para que a confusão não fosse maior. Perde-se muito com isso.
Sempre ouvi que o medo paralisa. O medo faz com que a gente se esconda ou fuja. Mas e quando precisamos tomar atitudes com medo? Vamos deixar que o medo alheio faça a maior confusão? Ou vamos procurar estabelecer parâmetros ou tecnologias que nos possibilitem ir mesmo com nosso medo? E ele ter o tamanho necessário. Nem minimizado, nem maximizado. Toda vez que abro essa página em branco me vem um pensamento: "Quem liga? Quem se importa? Quem se interessa?” e preciso escrever com isso martelando na cabeça. Ou não escrever como acontece também com frequência.
Mas no final das contas o que não quero é me arrepender. Daniel foi jogado as feras e no dia seguinte despertou vivo com elas. O milagre dessa história foi deixarem ele sair, né? Eu nem sei se ele sai. Mas sei que nós todos os dias somos jogados as nossas feras e precisamos dar nosso jeito de amanhecer de novo e de novo. Sempre me lembro da figura do caçador de Jumanji (o original) que era interpretado pelo mesmo ator que o pai do personagem principal. Como o caçador persegue sua vítima não só caçando, mas menosprezando, diminuindo e privando-o da sua força. Ou da Alegria de Divertidamente, que tem medo da Tristeza contaminar as memórias da personagem principal e isso ser o que leva a toda aventura. Ou tantos outros exemplos que vivemos ou presenciamos na ficção ou no documental.
Não sei porque, mas me sinto vencendo sempre que publico um texto. Não necessariamente pela repercução (não vou fingir que não gosto quando gostam), mas pela publicação. Pois a cada uma venço uma trava, um medo, uma confusão e me abro pra mais. Pra trocar, escutar e entender. Por mais que tenha gente por ai que não acredite nisso, me esforço para o medo de ter medo deles, não fazer da minha força confusão. Sigo aqui.
Caso vocês gostem das discussões aqui levantadas e tenham vontade de responder, realmente estou aqui para trocar essa ideia. Além disso, se gostarem do conteúdo, indiquem para amigos que vocês acreditam que se beneficiarão desse papo.
Siga escrevendo meu caro. Esse ato exige coragem e transforma os dois lados. Que lê e principalmente quem escreve.
Há anos me esquivo da minha dificuldade/medo/bloqueio de escrever. Ler amigos, conhecidos e desconhecidos me ajuda bastante!