Volta. A news da volta.
Talvez seja muito gratificante para alguém abrir a caixa de email nessa segunda e ver que "Veio enfim o e-mail de alguém".
Eu sou o Chico Canella e estamos aqui em mais Um bom dia para uma boa semana.
A relação de amor e ódio entre o ato de escrever e de publicar seus escritos é fantástica. Toma toda uma proporção em nossa vida e um tamanho engraçado. Pois, quando encontramos uma temática e a exploramos parece que um mundo se abre. Ao mesmo tempo, um mundo se fecha. E começam as cobranças pessoais e até externas de você se posicionar sobre assuntos. De repente, sua vida é um react do racismo estrutural brasileiro retratado no BBB, do divórcio do Belo e Gracyanne (uma notícia que sim me devastou) e de qualquer outro tema que as pessoas encaixem como meu.
Acredito que esse texto vai na contramão (ai como ele é diferente) do que a maior parte dos autores de newsletter buscam. Acho que a maior parte das pessoas gostaria de construir autoridade sobre um tema e ir expandido-a conforme seus números vão aumentando. Autoridade sobre sua imagem, sobre si, sobre o tema. Pra mim não funciona. Primeiro porque tenho uma grande dificuldade de construir esse tipo de autoridade, - talvez mais um reflexo do racismo estrutural estruturado em mim. Porque só é estrutural porque algo foi ESTRUTURADO sobre isso. É estrutura, marca, pista, deflagração. - pois não me identifico com esse tipo de exercício. Gosto das coisas do meu jeito? Sim. Porém não sei o quanto estou disposto a lutar para que elas sejam. Até me perdi se teria um segundo. Tem sim. Sei quem sou. Não preciso necessariamente construir uma imagem. Sei como gostarei de ser lembrado. E quero ser lembrado hoje. Quero viver homenagens e celebrações em vida. Não esperem a minha ausência pra isso, ok?
Recentemente completei mais um ano de vida e pude comemorar em células diferentes, mas sempre agregando. Comecei pela minha célula familiar composta por mim, esposa e filha. Expandindo para meus pais e minha vó, finalmente chegando no momento dos amigos. Foi muito interessante viver essa progressão geométrica ou geográfica-afetiva. Eu acredito na geografia afetiva. Levei minha família nuclear para um espaço querido por mim e desconhecido para elas duas. Levei meus pais para um restaurante querido pela minha família nuclear e desconhecido para meus pais e avó. Por fim, levei meus amigos para um espaço que é de amigos (recém inaugurado) e repleto de ressignificação geográfica e afetiva. Jovens que outrora empreenderam, aprenderam e num ato quase de fé (neles mesmos GRAÇAS a DEUS) seguem ai acreditando.
E com todo esse role, avaliando mais uma vez essa ultima volta completa dada por mim ao redor do sol - com direito a análise astrológica, psicológica e afetiva - mais uma vez cheguei a mesma conclusão: Viver é a maior aventura. E deixo vocês com um poema de Langston Hughes chamado A Vida é Boa e um convite para que nossa vida seja uma teimosia constante de vivê-la. 1
A VIDA É BOA
Eu desci até o rio
Me sentei sobre sua bora.
Tentei pensar mas não consegui,
Então pule e me afundei.
Subi uma vez e gritei!
Subi outra vez e chorei!
Se aquela água não fosse tão fria
Eu teria afundado e morrido.
Mas era
Frio naquela água!
Era frio!
Peguei o elevador
Dezesseis andares acima do chão.
Eu pensei no meu amor
E pensei que devia saltar.
Fiquei ali de pé e gritei!
Fiquei ali de pé e chorei!
Se não fosse tão alto
Eu teria saltado e morrido
Mar era
Alto lá em cima!
Era alto!
Então já que estou aqui vivo,
Acho que vou viver.
Eu podia morrer de amor -
Mas foi pra viver que eu nasci.
Caso vocês gostem das discussões aqui levantadas e tenham vontade de responder, realmente estou aqui para trocar essa ideia. Além disso, se gostarem do conteúdo, indiquem para amigos que vocês acreditam que se beneficiarão desse papo.
recebi esse poema de aniversário de uma pessoa muito especial que tenho o privilégio de acompanhar como paciente e que é tão paciente que me permite ser seu terapeuta.
Adorei! Que bom que voltou.
Que bom te ler de volta!
Que bom que vc está vivo!
E que também é paciente.